PLANO NACIONAL DAS ARTES - 2022/2023
Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa
O Plano Nacional das Artes (PNA) é uma iniciativa das áreas governativas da Cultura e da Educação e tem como objetivo principal garantir o acesso e a participação dos cidadãos na fruição das artes e da produção cultural. Pretende aproximar a arte dos cidadãos, em especial das crianças e jovens, estimular a divulgação e preservação do património histórico (material e imaterial) e fomentar a circulação da criação contemporânea. A sua implementação requer a participação de toda a comunidade educativa em parceria com a autarquia e com as estruturas artísticas e culturais.
Atividades
Comemorações do aniversário de
Florbela Espanca
Fotografias
Vídeo
No âmbito do Plano Nacional das Artes dinamizou-se em colaboração com a Biblioteca Escolar, o Plano Nacional de Cinema e diversos parceiros institucionais – Câmara Municipal, Biblioteca Florbela Espanca, Fundação da Casa de Bragança, Grupo de Amigos de Vila Viçosa e particulares -, um conjunto de atividades na galeria de exposições da Escola Secundária Públia Hortênsia de Castro que visaram dar a conhecer e valorizar diversas experiências culturais e criar melhores redes de relações entre as instituições da comunidade envolvente.
Sabendo que a arte pode abrir novas oportunidades pretendeu-se envolver os alunos dos vários níveis de ensino no conhecimento de uma figura natural de Vila Viçosa, exemplo do património a descobrir e valorizar.
A inauguração da exposição aconteceu no dia 2 de dezembro e contou com a presença de elementos do município, de representantes dos diferentes parceiros já referidos e ainda da Coordenadora Intermunicipal do Plano Nacional das Artes.
No decorrer de uma tertúlia dinamizada pela professora Mª de Fátima Crujo os alunos tiveram a oportunidade de aprender ou relembrar que Florbela Espanca é o nome literário de Florbela da Alma da Conceição e que nasceu no dia 8 de dezembro de 1894 em Vila Viçosa, onde frequentou a escola primária. Em 1903, com sete anos de idade, terá escrito o seu primeiro poema intitulado A Vida e a Morte. Os primeiros textos que escreveu assinou-os como Flor d´Alma da Conceição.
Florbela Espanca foi depois estudar para o Liceu Nacional de Évora, sendo uma das primeiras mulheres a frequentar o curso liceal e matriculou-se posteriormente na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
A poesia de Florbela Espanca revela sentimentos de tristeza, amargura e nos seus sonetos é evidente a procura da felicidade através de temas como o amor, saudade, solidão e morte.
Florbela Espanca não integrou nenhum movimento literário embora o seu estilo denuncie em grande parte os poetas do romantismo. Foi uma mulher à frente do seu tempo e uma grande figura do feminismo no início do século XX, pois a sua poesia exprime o seu carácter sentimental e confessional, de forma corajosa, numa sociedade marcadamente patriarcal.
A Mulher
Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!
Florbela Espanca veio a falecer no dia 8 de dezembro de 1930 em Matosinhos, nas vésperas da publicação da sua obra maior Charneca em Flor onde constam poemas de uma grande sensualidade e ousadia para a época.
António José Saraiva e Óscar Lopes na sua História da Literatura Portuguesa admitem que Florbela Espanca foi "uma das mais notáveis personalidades líricas isoladas, pela intensidade de um emotivo erotismo feminino, sem precedentes entre nós [portugueses], com tonalidades ora egoístas ora de uma sublimada abnegação que ainda lembra Sóror Mariana, ora de uma expansão de amor intenso e instável (…)".
António José Saraiva, Óscar Lopes. História da Literatura Portuguesa. 9ª ed. Porto: Porto Editora, 1976. p. 967
CINANIMA
vai às Escolas
Os alunos assistiram a um total de 6 filmes de curta duração, indicados no guia de exploração de filmes de animação, do programa “Cinanima vai às escolas”. Os filmes exibidos foram, por esta ordem, “Neoshin”, “Irmão da Natureza”, “Eu sonhei que...”, “Noite Tardia - O Eco do Fantasma”, “Boreais” e “Cápsula Sensorial”. A seguir à visualização dos filmes houve um pequeno debate no sentido de interpretar a história por detrás de cada um deles.
Ainda, no âmbito desta atividade os alunos realizaram, em grupos de dois elementos, vídeos sobre a temática através da técnica Stop Motion.
Atividades em parceria com o município
Visita ao Museu do Mármore
Depois de uma caminhada chegámos ao museu e quando entrámos vimos várias peças de mármore. Como um livro, um retrato e até um rato de computador!
Depois de uma longa espera, finalmente entrámos no museu e a Guia começou a explicar-nos coisas sobre o mármore e mais para a frente vimos várias peças de mármore: umas feitas com artes diferentes, outras não, umas com várias formas, outras normais… Mas depois de dar a volta ao museu todo, acabámos por ir embora.
No fim, saímos do museu e fomos todos para casa.
Dia Municipal para a Igualdade - 24 de outubro
Desde 2010, este dia é celebrado por centenas autarquias e de organizações representativas da sociedade civil e da esfera pública de todo o território português, com vista à promoção dos valores da Igualdade, Inclusão e Participação.
A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género lançou este ano o repto para que todos os Municípios do País assinalem o Dia Municipal para a Igualdade - 24 de outubro - através de uma intervenção de arte urbana que assinale a desigualdade ainda existente entre mulheres e homens. Os objetivos são os de informar os/as cidadãos/cidadãs, sobre estas assimetrias, através dos dados desagregados por sexo, sobre igualdade e não discriminação e mobilizar todos os munícipes para o combate às diversas discriminações.
Neste sentido o município de Vila Viçosa convidou os alunos do curso de Artes da turma E de 10º ano para assinalarem este dia através de uma intervenção de arte urbana e de forma visível demonstrar para o maior número de pessoas possível, as desigualdades ainda existentes entre as mulheres e homens. Nas aulas de Desenho, sob orientação do professor Carlos Filipe, os alunos desenvolveram o projeto que se encontra agora nos Paços do Concelho num local com bastante visibilidade para todos.
Visita de estudo à Farmácia Monte
Os alunos do 12º ano na disciplina de Química realizaram no dia 13 de outubro, uma visita à Coleção Visitável da Farmácia Monte, a mais antiga e completa existente em Portugal, gratuitamente e através da autarquia.
Dando cumprimento às Aprendizagens Essenciais da disciplina, assim como ao estipulado no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória, a visita teve como principais objetivos:
- promover atividades que contribuam para o processo de ensino-aprendizagem fora da escola e através de recursos diferentes dos habitualmente utilizados;
- Promover o reconhecimento de que a Química é uma ciência central para a compreensão e desenvolvimento da tecnologia e dos novos materiais, proporcionando uma construção de conhecimento que nos ajuda a interpretar o Mundo;
- Reconhecer a importância da evolução do conhecimento científico através da história desta farmácia centenária;
- Tomar conhecimento das funções desempenhadas pelos farmacêuticos antes e atualmente.
Neste semestre, estamos a abordar os Metais e as ligas metálicas e, como subdomínios, a estrutura e propriedades dos metais, a sua degradação e a relação destes com o meio ambiente e a vida.
Próximas paragens:
-Fotografar todos os monumentos metálicos espalhados pela Vila e analisar o seu estado de conservação;
- Em parceria com a Casa de Bragança, visita ao Museu da Armaria e à cozinha Real, no dia 3 de novembro;
- Com a colaboração da Autarquia, visita ao Museu do Estanho no dia 10 de novembro.
Continuaremos a valorizar, a explorar, a pesquisar e a admirar o património histórico de Vila Viçosa no que concerne aos metais, como uma forma inovadora e altamente gratificante de cumprir as AE e o PASEO desta disciplina.
No final do semestre, publicaremos os trabalhos desenvolvidos pelos alunos.
Atividades em parceria com Fundação da Casa de Bragança
Apresentação do livro de
Tiago Salgueiro
Visita de estudo ao Museu-Biblioteca da Fundação da Casa de Bragança de Vila Viçosa
• Divulgar o valor histórico, cultural e literário do Museu Biblioteca da Fundação da Casa de Bragança de Vila Viçosa.
• Formar leitores reflexivos, confiantes e autónomos que leiam com emoção e discernimento, na Escola, fora da Escola e para além da Escola, conscientes das suas escolhas e dos seus gostos.
• Promover o conhecimento de si e do mundo, desenvolvendo uma sensibilidade percetiva e um potencial criador que contribuam para a compreensão do comportamento humano e para o desenvolvimento de formas de relacionamento plurais com a criação cultural.
• Fomentar a leitura de textos literários.
• Promover o conhecimento de obras e autores representativos da tradição literária portuguesa.
• Promover o contacto com fontes históricas.
• Reconhecer a diversidade de documentos e a necessidade de uma leitura crítica.
• Exercitar a prática da recolha de informação e a sua transformação em conhecimento.
Com esta atividade promoveu-se o desenvolvimento de competências do Perfil do aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória e deu-se cumprimento a algumas das Aprendizagens Essenciais das disciplinas referidas, conduzindo os alunos a descobrir a riqueza do património histórico e literário local, principalmente a história e origem desta biblioteca, assim como os principais núcleos que a constituem.
De facto, de acordo com uma calendarização previamente definida, os alunos de cada turma tiveram a oportunidade de, na sala de leitura da biblioteca, contactar com diversas obras que integram o programa da disciplina de Português de 10º ano, tais como uma versão fac-símile do Cancioneiro da Ajuda; Rimas de Luís de Camões, também em versão fac-símile; o terceiro volume das Obras de Gil Vicente, no qual se destaca a Farsa de Inês Pereira; e uma das primeiras edições de Os Lusíadas (edição que comemorou o seu 450º aniversário em 2022).
Alguns alunos testemunharam que o Museu-Biblioteca da Casa de Bragança de Vila Viçosa é um “excelente espaço de consulta de documentos e pesquisa, possui uma vasta coleção de documentos históricos de diversas épocas” e salientaram, “entre vários aspetos bastante impressionantes, a organização do espaço, o estado dos documentos, evidenciando grandes cuidados de conservação, e a presença de documentos que constituem um verdadeiro património histórico português”.
Visita de estudo ao
Museu do Estanho
Visita de estudo ao Museu da Armaria e à cozinha do Paço Ducal
Uma boa oportunidade também para conhecer, apreciar e valorizar o património local.
Visita de estudo ao Paço Ducal
e ao Castelo
Numa parceria do Agrupamento de Escolas com a Casa de Bragança que já vem de anos anteriores e na sequência de uma visita ao Paço Ducal a propósito dos conteúdos programáticos lecionados no 11º ano do curso de Línguas e Humanidades, os alunos manifestaram desejo de conhecer e ou rever a coleção da caça patente no castelo de Vila Viçosa.
Os alunos puderam observar um grande número de aves europeias e apreciar o trabalho de conservação das penas de aves que está a ser desenvolvido por duas técnicas da Universidade Católica do Porto. Em pequeno grupo foi exemplificado a forma como é feita a limpeza das penas e restante parte do corpo das aves por forma a não danificar os exemplares. Houve ainda a possibilidade de apresentar algumas questões sobre o processo de conservação destas espécies, gentilmente respondidas pelas profissionais que nos receberam.
Neste núcleo da Fundação da Casa de Bragança foi ainda possível observar as peças utilizadas a bordo das embarcações reais, nomeadamente no Iate Amélia a que se tinha feito referência na visita ao Paço Ducal.
Para além disso os alunos tiveram oportunidade de ver um grande número de artefactos indígenas, grande parte proveniente de Angola e Moçambique, oferecidos aquando da visita do Príncipe Luís Filipe em 1907, agora também alvo de exposição no Paço Ducal.